Câmara celebra 80 anos da participação da Marinha na II Guerra e honra bravura de seus marinheiros
O sacrifício e a bravura dos marinheiros brasileiros na Segunda Guerra Mundial foram lembrados em Sessão Solene na Câmara dos Deputados. O evento, em homenagem aos 80 anos da participação nacional no conflito, destacou a atuação decisiva da Marinha do Brasil na proteção de comboios e nas batalhas do Atlântico.
O Papel da Marinha na Batalha do Atlântico
A participação da Marinha do Brasil foi decisiva em uma das campanhas mais longas e perigosas da guerra: a Batalha do Atlântico. A missão brasileira consistia em proteger comboios mercantes que transportavam suprimentos vitais rumo à Europa, sob constante ameaça de submarinos alemães.
Ao todo, foram 575 comboios organizados, assegurando a passagem segura de mais de 3.160 navios mercantes — com um índice de sucesso superior a 99%. No entanto, o esforço custou caro: 486 militares e 970 civis perderam a vida em decorrência de torpedeamentos e confrontos no litoral brasileiro.
A Marinha foi a primeira Força Armada do Brasil a entrar em combate e a última a deixar o conflito, desempenhando papel fundamental para a defesa do Atlântico e para a soberania nacional.
Homenagem e legado para novas gerações
Durante a solenidade, parlamentares e autoridades militares ressaltaram a importância de manter viva a memória da participação brasileira no conflito. O vídeo institucional exibido pela Câmara trouxe imagens históricas das escoltas, dos navios da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e de combates travados nas águas do Atlântico.
O deputado Pedro Aihara (PATRIOTA-MG) destacou que os sacrifícios dos militares brasileiros “jamais serão esquecidos” e que cada farda carrega a herança dos que lutaram pela paz. Já o deputado Luiz Carlos Hauly (PODEMOS-PR) ressaltou que o direito à democracia, conquistado com sangue e coragem, permanece inegociável.
Emocionando o plenário, Maria do Socorro de Barros, filha da enfermeira combatente Aracy Arnaud Sampaio, lembrou que os heróis da época lutaram movidos pelo amor à Nação e pela fé na vitória, transmitindo um legado que deve ser preservado pelas futuras gerações.
Memória Histórica e Democracia
O Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, destacou que os combatentes brasileiros, vindos de diferentes origens sociais e regiões do país, deixaram um exemplo de união e sacrifício que deve servir de referência para a vida democrática.
Assim, a homenagem na Câmara reafirmou não apenas o valor histórico da atuação da Marinha, mas também a importância de educar as novas gerações sobre os custos da liberdade, garantindo que o legado dos heróis da Segunda Guerra continue vivo na memória nacional.
Fonte: Defesa em Foco